sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Assassinaram a Democracia

Hoje acordei meio dicotômico, coisa que nao é estranha para um homem de raízes católicas romanas conservadoras nesta época de festas, principalmente logo depois do Natal. Bem é bem, mal é mal, enfim. Ou como os mineiros costumam dizer: é pao pao, queijo queijo. O caso é que o assassinato da candidata à premier do Paquistao, Benazir Bhutto, em mais um ataque terrorista (Al-Qaeda/Islamistas? ISA/Musharraf? Sharif?, onde está Sherlock Holmes quando mais se precisa dele?), me deixou triste. Triste pelo povo do Paquistao que queria a volta da democracia e triste porque logo nesta época do ano, de esperanca de uma vida num mundo melhor. Recomendo a leitura (cautelosa) do livro Confronto de Fundamentalismos – Cruzadas, Jihad e Modernidade do escritor-multifuncional editor da New Left Review, Tariq Ali. O livro é interessante principalmente na parte que o autor narra sua infância e adolescência em Lahore, Paquistao, descrevendo a (sempre) conturbada situacao política do país. Benazir, R.I.P.

Abracos,

Joao

3 comentários:

  1. Oi Joao,
    Pois é, é de fato triste virar o ano com as imagens de Paquistao e Kenya na televisao.
    Fico mt triste mesmo pelo povo de lá, que sofre há décadas e sofrerá por décadas mais.
    Benazir morreu e virou santa. Era uma figura polemica, acusada de corrupcao entre outras coisas, mas sem dúvida uma pessoa importante para a instituicao do processo político no país e todas as melhorias que o povo paquistanes poderia sentir no medio-longo prazo.
    Eu realmente nao consigo vislumbrar o q será do Paquistao, país este, sempre é bom lembrar, detentor de bomba atomica.
    Como uma analista comentou na BBC, o PPP ignorou uma oportunidade histórica de se se caminhar para a democracia "empossando" o filho (de 19 anos!) de Benazir - respeitando o desejo de Benazir de passar o poder para o marido e a vontade desse último em passar o cargo para o filho - ao invés de realizar uma eleicao interna para decidir quem seria o novo presidente. Que democracia é essa em q o PPP acredita? Uma democracia de poder hereditário? E nem isso é verdadeiro, posto que o filho só está lá para que ninguem conteste a presenca do pai, que responde por 18 acusacoes de corrupcao.
    É triste, seria um grande passo para a democracia se o PPP desse o exemplo a todos quanto aa importancia de um processo democrático ao inves da manutencao de um sistema dinástico, onde a vontade e os desejos de pessoas iluminadas assim como o sangue sao os fatores decisores.
    Soma-se a isso o fato de que o presidente que ficará no poder por mais cinco anos tomou o poder por meio de um golpe e foi "reeleito" por meio de outro, sempre sob a vista grossa dos aliados ocidentais.

    ResponderExcluir
  2. p.s. falando no Ali... segue abaixo artigo de Tariq Ali sobre a situacao.
    "My heart bleeds for Pakistan. It deserves better than this grotesque feudal charade"
    http://comment.independent.co.uk/commentators/article3295851.ece

    ResponderExcluir
  3. A democracia é natimorta! Excelente dica, lembrança e artigo. O Sherlock somos "nozes"!

    ResponderExcluir

E você, o que acha disso? Participe, deixe aqui a sua opinião.