segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Corrupcao

Amigos segue um pensamento do José Murilo de Carvalho na revista "Veja" que li e gostaria de compartilhar com vocês e ler o comentários. Aproveito para desejar um Feliz Natal cheio de paz e um Ano de 2008 melhor. Abracos.

"Opinião pública não elege mais presidente. A reação contra a corrupção é algo muito específico da classe média, de gente que paga imposto e não vê nada sendo retribuído. Do ponto de vista de quem está recebendo o Bolsa Família, a questão da moralidade política vem em segundo lugar. Para quem vive em um mundo de necessidades, moralidade é luxo."

6 comentários:

  1. Muito bom esse comentário. Não posso dizer que toda a classe média é moral neste país. Tenho achado cada vez mais que existe uma contradição profunda entre os atos ("salve-se quem puder") e o discurso desta classe. O Brasil vive alguma euforia econômica nesse momento e a classe média não me parece mais moralisada em relação à corrupção do que no passado.

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  2. sem consciencia tudo nao passa de uma grande hipocrisia.
    eu sempre acho graca qd vejo alguem de classe média reclamar da corrupcao no governo ou no legislativo e sempre q "precisa" dá o famoso "jeitinho", pagando com alegria aquela cervejinha ao guarda, ganhando aquele por fora, tentando comprar lebre por gato, dando um "jeitinho" na declaracao do imposto de renda, pagando um por fora para fular a fila do passaporte ou da boate e assim por diante.
    a única diferenca entre esses indivíduos e aqueles que nos roubam milhoes em brasilia é falta de oportunidade.
    essa opiniao pública é uma cortina de fumaca, pura falácia.
    sao as mesmas pessoas que reclamam da violencia enquanto financiam o tráfico comprando seu baseado, reclamam do imperialismo americano enquanto pexinxam para conseguir comprar um casaco boliviano por 5 reais, dizem-se preocupadas com o as mudancas climáticas enquanto nao mudam seu hábitos predatórios.
    enquanto a "opiniao pública" nao se concientizar que a lógica q governa o mundo é apenas uma nada mudará.

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  3. p.s. A constatacao do professor José Murilo de Carvalho de que "opiniao pública nao elege mais presidente" é bastante interessante e acho que leva a algumas perguntas iniciais:
    Que "opiniao pública" é essa e o que ela representa ou seja, de quem é "a opiniao"?
    O fato dela nao ser mais tao influente é um risco para a "democracia"?
    Ela é democrática e representa o pensamento e a vontade da maioria da populacao brasileira ou, por outro lado, representa a opiniao e o pensamento de uma minoria específica, seja esta um "grupo de interesses" (próprios) ou uma "minoria criativa", que se caracterizaria por um grau elevado de "altruismo"?

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  4. Cara, o que o Murilo de Carvalho quis dizer, no meu entender, é que no Brasil caminhamos para uma "ditadura da maioria" ou como Platao define em sua República: "democracia desvirtuada". Ou seja, a falta de moralidade na política e o pouco interesse pela maior parte da populacao pelos constantes escândalos representam um desprezo pela transparência, justica e igualdade, reforcando interesses proselitistas e parasitários.
    Abraco.

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  5. Olha só, essa coisa de ditadura da maioria, democracia desvirtuada, ou como você coloca 'falta de moralidade na política', sinto muito mas isso não existe e nunca existiu nem nas classes menos favorecidas nem na elite brasileira. Nunca.

    O comentário do Bruno acima explica muito bem porque a classe média não pode exercer moralidade na política: simplesmente porque ela não demonstra moralidade na vida cotidiana. Para além dos exemplos que o Bruno deu, por acaso é moral continuarmos com figuras como ACMs, Malfus, Barbalhos, Sarneys e tantos outros. Por que a classe média não se levanta contra os coronéis, ou contra os que por tanto tempo apoiaram a ditadura no Brasil?

    E sobre o 'pensamento' do comentarista de Veja, qual o conceito dele de opinião pública? Opinião pública não ganha eleições? Quer dizer que quando 100 milhões de brasileiros vão às urnas e reelegem um presidente 'corrupto' isso não é opinião pública. Quando o candidato da oposição recebe menos votos no segundo turno do que no primeiro isso não é representativo da opinião pública. Queria saber onde está essa tal opinião pública. Certamente representada numa revista 'imparcial' como a Veja talvez.

    O problema do Brasil desde 2003 é que o governo saiu das mãos das antigas elites. Não que ele tenha ido para um grupo melhor. O problema é que o poder passou para as mãos de outro grupo, um grupo historicamente taxado de extremista, inculto, incapaz e incompetente. Um grupo que jamais poderia representar o Brasil. Um grupo que uma parcela da sociedade aprendeu a temer e a criticar sem nem saber por quê. E com um novo grupo no poder as antigas elites ficaram sentidas, raivosas, vingativas, ainda mais por terem perdido de novo em 2006.

    Com tanta emoção, o julgamento imparcial é prejudicado. Política pública com caráter social, ou de distribuição de renda como alguns gostam de chamar, acaba virando 'política populista'. No governo anterior o país não cresceu porque o mundo estava em crise, e no governo atual cresce porque o mundo vai bem; nada que ver com as políticas adotadas pelos dois governos. E por ai vai: o apagão aéreo foi culpa direta do presidente, mas o apagão original (lembram o porquê desse nome?) nunca foi agressivamente atribuído ao ex.

    Esse governo é perfeito? Não. É bom? Depende da área, no geral talvez razoável. É melhor que o anterior? Difícil dizer. É pior? Não. Sem dúvida o escândalo do mensalão foi um absurdo. Mais absurdo ainda a maneira como quase todos escaparam. Mas não acho que tenha sido a maior imoralidade da história brasileira. Pra mim o Banestado e seus US$ 30 bilhões em evasões de divisas, com ex-presidente e ex-ministro da saúde envolvidos, foi muito pior. Alguns podem lembrar as privatizações. Mas isso é questão de gosto, e a mídia tem suas razões pra enfatizar uns e não outros. Concordo com tudo o que esse governo faz? Não: pra mim o Estado é grande demais, ineficiente, e existe espaço pra ajustar a política econômica. Mas existem coisas positivas sim, e um exemplo é a política externa: dizer que o presidente viaja demais é crítica de quem não tem mais o que dizer.

    O que boa parte da mídia ainda não entendeu, ou entendeu e se recusa a divulgar, assim como as elites e a classe média, é que o Brasil não é a zona sul de São Paulo ou do Rio, não é Florianópolis ou Curitiba. O Brasil também é as dezenas de milhões que vivem nas classes C, D e E. E governar pra essas pessoas, e falar pra essas pessoas, e discursar de um jeito que essas pessoas consigam entender, não é demagogia, não é populismo. Isso é democracia, todos somos opinião pública. E se a opinião pública não é a da maioria, eu não sei o que é.

    Se as elites e os comentaristas indignados com a falta de cultura do presidente, ou de seu manejo da língua portuguesa, querem culpar alguém, que culpem a eles mesmos. Se estiverem indignados pela população eleger e reeleger esse governo, a culpa é deles mesmos. A culpa é das elites, que por décadas negaram saúde, emprego, segurança, mas principalmente, e fundamentalmente, educação as massas. Essa massa de desfavorecidos foi produto de décadas de exploração e negligência por parte das antigas elites. Talvez se tivessem sido mais bem educados e incluídos na sociedade o reflexo nas urnas seria diferente. Agora não adianta chorar.

    Desculpe o desabafo, mas não leio Veja do mesmo jeito que não leio Carta Capital. Não dá.

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  6. gente, vcs são indicados pra divulgação que vou fazer mas não achei uma postagem recente adequada, então vai nessa que se diz pertencer aos "diversos".
    Mwana Simba, encontrável no google, tem uma EXCELENTE página de suaíle, acessável em francês ou inglês,
    ´Méthode de Swahili pour Débutants" grande forma de divulgar a cultura e os idiomas bantos. vale a pena espiar. rsrs quem sabe pra conversar com o futuro presidente dos E-U?

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