segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Amigos, onde estão?

Andei pensando recentemente em começar um blog. Daí lembrei que existe este, coitado, caducando no mundo eletrônico.

O tópico que me fez querer escrever algo é a 'nova onda do momento' do mundo do desenvolvimento: Impact Investing; que na verdade já tem alguns anos mas está ganhando tração nas discussões sobre Brasil, sustentabilidade, "economia verde" e mega-eventos no Rio de Janeiro.

Mas antes de entrar no assunto, quero saber de vocês. Supondo que serão notificados deste post, peço que deixem comentários, para que assim restabeleçamos contato, revitalizemos a amizade, e continuemos a discussão.

Um grande abraço e não esqueçam do segredo do sucesso.

Thiago


sexta-feira, 20 de junho de 2008

Nosso mundo: The Story of Stuff

Infelizmente nao tenho tido como escrever nesse blog e também nao terei como faze-lo nos próximos meses. Entretanto, gracas ao Joao, que teoricamente escreve nesse blog e que agora passa de qq forma a ser colaborador, "posto" (do verbo "postar") o video abaixo, que resume 99% do que eu já pensei ou quis pensar, escrevi ou quis escrever.

O video é longo (para os padroes desse blog), cerca de 20 minutos, mas com certeza ABSOLUTA vale a pena - e mais a pena do que os últimos 20 minutos que voce gastou na televisao.

(clique aqui, caso o video nao carregue na janela abaixo)



(clique no "play" para iniciar o video e nessa caixinha engracada com quatro setinhas, aa direita, para ve-lo em tela cheia)

É isso. Em nosso mundo, em que TUDO está de uma maneira ou outra baseada no Consumo, a solucao para nossos problemas só pode obviamente estar na forma em que consumimos.

Nao se engane, nao se iluda e nao tire o corpo fora. Pense nas consequencias de suas acoes e de suas compras no futuro de seus filhos e netos. Faca sua parte e seja feliz.

Até "breve".

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Agentes do Maláui em Angola para liberar as armas de Mugabe?

Clique aqui para notícias atualizadas sobre a questao do Maláui e para participar da campanha lancada pelo This is Zimbabwe, para impedir essa transacao.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Malawi set to clear Zimbabwe arms

Segue notícia saída no jornal Nyasa Times, do Maláui, sobre o carregamento trazido pelo An Yue Jiang, abandonado pela grande mídia internacional.

----

The Malawi team is comprised of Mr Clement Kapalamula - Head of Secret Intelligence Services (SIS), Mr George Masinga - Acting Director of Foreign Relations (Intelligence) and a Mr Matanga - Technical Engineer (Intelligence).

The delegation left the country on Sunday through Kamuzu International Airport via South Africa to Luanda, Angola's capital to assess the means of clearing the arms in disguise as if they have been donated to Malawi by the Chinese Defence Forces.

"Malawi Secret Intelligence Services (SIS) was approached by the Central Intelligence Organisation (CIO) of Zimbabwe to help in clearing the arms if the ship docked in Angola," said a State House source speaking on condition of anonymity.

Clique aqui para ler a notícia completa.

domingo, 27 de abril de 2008

An Yue Jiang, o navio chinês com 77 toneladas de armas para o Zimbábue descarrega em Angola

Conforme noticiou a agencia portuguesa de notícias, LUSA, o navio chines que leva ou levava 77 toneladas em armas para o Zimbábue descarregou sábado em Luanda.

Embora o Governo tenha insistido que apenas as "mercadorias destinadas a Angola" seriam descarregadas, informacoes do Sindicato Independente dos Marítimos Angolanos apontam que os conteiners nao tinham nenhuma informacao sobre seu conteúdo e que eles nao tinham como saber qual carga havia de fato sido descarregada e qual havia ficado no navio.

Importa lembrar que a existencia dessas "mercadorias destinadas a Angola" foi anunciada apenas há 3 dias atrás, coincidentemente no mesmo dia em que o Ministro da Habitacao Rural e Servicos Sociais do Zimbábue, Emmerson Munangagwa, visitou Luanda, acompanhado de um colega do setor da Defesa, para entregar uma mensagem de Mugabe sobre a situacao no Zimbábue. Luanda informara anteriormente desconhecer o destino do návio, quando a localizacao e o destino deste "eram desconhecidos da comunidade internacional".

Enquanto isso e enquanto a África do Sul ameaca deportar os manifestantes zimbabueanos presos em manifestacao anti-Mugabe em frente aa Embaixada chinesa, o New York Times publica que a "decisao" de Angola de permitir apenas a descarga das mercadorias destinadas ao país e nao autorizar a entrada das armas em território nacional era um "tapa na cara" no Zimbábue. Embora a chamada do NYT seja condizente com o fato dessa notícia ter sido dada em primeira pelo Presidente angolano aa representande de Bush que o visitava, eu realmente nao tenho tanta certeza se ela condiz com a realidade. Espero seja eu o pessimista (assim como os blogueiros africanos) e nao o NYT agindo ingenuamente ou de má-fé.

Segue abaixo a notícia da LUSA:

26-04-2008 12:05:17
Navio chinês com arma para Zimbábue descarrega em Angola

Luanda, 26 abr (Lusa) - O navio chinês "Na Yue Jiang", carregado com material de guerra para o Zimbábue, já atracou no porto de Luanda e começaram as operações de descarga, disse neste sábado à Agência Lusa fonte do Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH) de Angola.

A autorização para que o polêmico navio entrasse no porto de Luanda foi dada na sexta-feira pelo governo angolano, excluindo a autorização de quaisquer descarregamentos do armamento que tinha como destino o regime de Robert Mugabe.

Na nota oficial do executivo angolano era destacado que a embarcação fora autorizada a atracar no porto de Luanda única e exclusivamente para descarregar material não especificado que tinha, na origem, como destino este país.

No entanto, ao longo da última semana, tempo durante o qual o "Na Yue Jiang" esteve em águas sul-africanas e moçambicanas, países que impediram a aproximação, não foi divulgada nenhuma informação de que o navio continha carga destinada a Angola.

Até o momento, quando as operações de descarga do navio no porto da capital angolana estão em curso, não é conhecido o tipo de material desembarcado.

Francisco Tunga Alberto, secretário executivo do Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos em Angola, disse à Lusa que a informação disponível é transmitida pelo Sindicato Independente dos Marítimos Angolanos (SIMA, membro do conselho), que aponta unicamente para a certeza de que foram descarregados alguns contêineres.

Estes contêineres, informa Tunga Alberto, "não têm - segundo informação do SIMA - nenhuma informação sobre o seu conteúdo", não sendo, por isso, possível "distinguir o que está a ser colocado em terra e o que permanece nos porões do navio".

A Lusa tentou, sem sucesso, obter informações junto do Porto de Luanda.

A carga do navio inclui, além do material para Angola, que até à chegada a Luanda era desconhecido, três milhões de munições para as espingardas automáticas AK-47, 1.500 RPG (morteiros com auto-propulsão) e mais de três mil granadas de morteiro.

A chegada do navio a Luanda acontece depois de o porta-voz do governo chinês ter dito, na quinta-feira, que este estava retornando à China depois das abortadas tentativas de entrar nos portos da África do Sul e Moçambique.

O An Yue Jiang atracou em Luanda apesar de o Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos de Angola ter entrado na quarta-feira com uma providência cautelar junto do Tribunal Marítimo de Luanda para impedir que armamento chinês destinado ao Zimbábue seja descarregado em portos angolanos.

Em declarações à Lusa, o presidente do CCDH, David Mendes, citou que a iniciativa tem como pressuposto haver "uma forte possibilidade" de o armamento servir como "instrumento de repressão" das autoridades de Harare contra a oposição, que exige a divulgação dos resultados eleitorais de 29 de março.

A China confirmou a venda do armamento ao governo do Zimbábue, mas afirma que a transação foi feita em 2007 e que a entrega neste momento não está relacionada com a crise política que se vive naquele país africano.

A atual crise no Zimbábue é fruto da recusa do governo do presidente Robert Mugabe em divulgar os resultados das eleições presidenciais de 29 de março, que a oposição afirma serem desfavoráveis ao chefe de Estado.

Nas declarações à Lusa, David Mendes citou igualmente que outro pressuposto da providência cautelar interposta pelo CCDH é que Angola integra a Convenção das Nações Unidas para os Direitos Humanos e assinou a Carta Africana para os Direitos dos Povos.

O advogado e presidente da Associação Mãos Livres, organização que se dedica à defesa legal de pessoas fragilizadas perante a Justiça angolana, destacou ainda que Luanda preside acualmente à Comissão para a Paz e Segurança da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, de que fazem parte também o Zimbábue e Moçambique).

"Estas condições impõem responsabilidade acrescida ao país quando se trata de agir corretamente face a uma possibilidade real de poder ter um papel decisivo na facilitação da repressão por razões políticas", especialmente num país com que partilha uma organização geográfica, frisou.

A chegada da embarcação a Luanda aconteceu no dia, sexta-feira, em que o presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, recebeu um enviado especial do presidente zimbabueano, Robert Mugabe, e a sub-secretária de Estado norte-americana, Jendayi Frazer, que entregou ao chefe de Estado angolano uma mensagem do seu homólogo George W. Bush.

A enviada de Washington tinha como um dos pontos da sua agenda convencer os líderes da África do Sul e Angola de não permitirem a descarga do navio chinês com armas para Harare.

sábado, 26 de abril de 2008

An Yue Jiang, o navio chines com 77 toneladas de armas para o Zimbábue, é autorizado a atracar em Angola

Ao contrário do que informou o Ministério das Relacoes Exteriores de Beijing na última quinta-feira, An Yue Jiang, o cargueiro chines levando 77 toneladas de armas para o Ministério da "Defesa" do Zimbábue, nao está retornando aa China e foi autorizado a atracar em Angola, conforme informou a agencia estatal de notícias AngolaPress.

O Governo angolano esclareu que o návio foi autorizado a descarregar apenas a mercadoria destinada ao país (até entao aparentemente desconhecida, já que Luanda informara desconhecer que o cargueiro navegava em direcao ao país) e que o armamento destinado ao Zimbábue nao foi autorizado em território nacional. É realmente um pouco difícil acreditar nessa notícia, assim como na boa vontade e eficiencia dos agentes do governo angolano para garantir qual conteiner pode ou nao ser descarregado; e caso essas armas cheguem ao Zimbábue nós já sabemos qual será o o resultado.

Diante da passividade da ONU e da SADC, o impedimento de um genocídio anunciado depende por enquanto da forca dos estivadores angolanos, para que eles se recusem a descarregar o návio com fizeram os trabalhadores portuários sul-africanos. Entretanto, a menos que eles obtenham expressivo apoio externo, se o Governo quiser que o navio seja descarregado será improvável/impossível que se repita o que ocorreu na África do Sul.

Ajude a pressionar os países da SADC e suporte os cidadaos e trabalhadores portuários africanos que estao lutando para impedir a entrega dessas armas. Clique na foto abaixo para assinar a peticao RIGHTS, NOT GUNS FOR ZIMBABWE, promovida por uma coalizao incluindo Avaaz, IANSA, Anistia Internacional e Oxfam.







Clique no botao abaixo para informacoes atualizadas sobre o An Yue Jiang (veja os últimos comentários):


Stop Chinese weapons reaching Zimbabwe

quarta-feira, 23 de abril de 2008

"Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias"

Há um excelente e terrível livro com esse título sobre o genocídio ocorido em Ruanda em 1994 (de autoria de Philip Gourevith). O pungente título é uma citacao de uma carta escrita por um pai de família tutsi a seu líder religioso, frente a seu extermínio imediato.

A capa preta desse livro foi a primeira coisa de que lembrei ao ler a matéria de capa de hoje do The Independent, retratada ao lado.

Dessa vez o aviso (MAIS UM) é dado em conjunto pelos líderes religiosos do Zimbábue.

A matéria segue mais abaixo e contém uma aparente boa notícia sobre o návio chines An Yue Jiang, carregado de 77 toneladas de armas de pequeno e médio porte destinada ao Ministério da Defesa do Zimbábue voltará a Beijing sem ter conseguido descarregar.

Entretanto, a realidade pode nao ser tao animadora, pois como consta em um site de notícias sul-africano:

  • The ship carrying weapons from China for Zimbabwe is heading to Angola, and could secretly transfer its cargo to another ship.

    On Monday, London-based maritime research company Lloyd's MIU said there were 32 ports in Africa capable of taking the An Yue Jiang.

    "Given the intense media interest and the fact that this ship has six cranes on board, an increasingly likely scenario is the possibility of a ship-to-ship transfer of the controversial cargo 'over the horizon' while the vessel is at sea," said Lloyd's MIU.

    It said there were 311 vessels in the area capable of taking the cargo, two of which were owned by the An Yue Jiang's owners, the China Ocean Shipping Company.

Para informacoes atualizadas sobre o An Yue Jiang clique no botao a seguir.



Stop Chinese weapons reaching Zimbabwe



Zimbabwe's church leaders warn the world: intervene to avert genocide
By Raymond Whitaker in HarareWednesday, 23 April 2008

Zimbabwe is a deeply religious country. Daily discussions of the country's crisis end with Zimbabweans, black and white, saying: "We can only pray." So when the leaders of Zimbabwe's churches unanimously warn that the country faces "genocide" unless the international community intervenes, it is an important moment.

The clerics were speaking more than three weeks after a presidential election whose result President Robert Mugabe and his Zanu-PF party refuse to disclose, almost certainly because he was soundly defeated by Morgan Tsvangirai, the leader of the opposition Movement for Democratic Change (MDC). A recount of 23 parliamentary seats is under way in an apparent attempt to restore Zanu-PF's lost majority, and a wave of violence and intimidation has swept the country ahead of any possible presidential run-off.

"Organised violence perpetrated against individuals, families and communities who are accused of campaigning or voting for the 'wrong' political party ... has been unleashed throughout the country," said a joint statement by the Evangelical Fellowship of Zimbabwe, the Zimbabwe Catholic Bishops' Conference and the Zimbabwe Council of Churches.

"People are being abducted, tortured, humiliated by being asked to repeat slogans of the political party they are alleged not to support, ordered to attend mass meetings where they are told they voted for the 'wrong' candidate."

The religious leaders call for voter intimidation to stop, adding that there is "widespread famine" in the countryside, that basic goods are unavailable or too expensive and that there are no medicines to treat people injured in the post-election violence. But their message to the international community is an uncomfortable reminder of previous occasions on which the world failed to act in time.

"If nothing is done to help the people of Zimbabwe from their predicament, we shall soon be witnessing genocide similar to that experienced in Kenya, Rwanda, Burundi and other hot spots in Africa and elsewhere," they warn. "We appeal to the Southern African Development Community [SADC], the African Union and the United Nations to work towards arresting the deteriorating political and security situation in Zimbabwe."

This directly confronts the issue of what other countries can, or should, do to prevent abuses of the kind happening in Zimbabwe. Britain is in a particularly difficult position: Mr Mugabe has cast Mr Tsvangirai as a puppet of the former colonial power, and British criticism can be seen as making the 84-year-old autocrat's case.

But Gordon Brown and now the Foreign Secretary, David Miliband, who called on African leaders this week to isolate Mr Mugabe, have clearly decided that tactful silence is no longer an option when the Zimbabwean leader, in the Foreign Secretary's words, is "clinging to power and beating his own people to death to ensure he retains it".

There is very little that Britain, its European partners, the UN or even the African Union can do about Zimbabwe if its neighbours are not prepared to act, but here there is at last some hope for Mr Mugabe's battered opponents.

The feeble response of SADC at a summit called 10 days ago by Levy Mwanawasa, Zambia's President, caused outrage among the more democratic of its 14 member countries, particularly in South Africa, where the "quiet diplomacy" of the designated mediator, President Thabo Mbeki, came to be seen as simple appeasement of Mr Mugabe.

The rising tide of discontent at the region's failure found its bluntest expression yesterday when Jacob Zuma, the man who ousted Mr Mbeki as president of the African National Congress, said Africa must send a mission to Zimbabwe to end the delay in issuing election results. "It's not acceptable," said Mr Zuma, who is favourite to succeed Mr Mbeki as South African president next year. "It's not helping the Zimbabwean people who have gone out to... elect the kind of party and presidential candidate they want, exercising their constitutional right."

Mr Zuma, who is visiting European countries and is due to meet Mr Brown in London today, was the first to express public dissatisfaction with President Mbeki's approach, drawing support from many sections of the ANC.

Eventually, Mr Mbeki himself was forced to acknowledge the inaccuracy of his statement in Harare the weekend before last, while holding Mr Mugabe's hand, that there was "no crisis" in Zimbabwe.

Breaking southern Africa's conspiracy of silence over Zimbabwe has now had a tangible effect: yesterday Beijing said a shipment of weapons bound for the landlocked country may head home after the vessel was turned away from one port after another. First South African dockers refused to unload the vessel, upon which it headed for Mozambique, then Angola.
There are tentative signs that Zimbabwe's neighbours, many of whom have absorbed millions of economic migrants due to the ongoing crisis, may have run out of patience with the erstwhile liberator in Harare.

Mr Mwanawasa yesterday called on all African countries to follow suit and refuse entry to the arms. It seems that even those of Mr Mugabe's neighbours who regard his oppression as none of their business, or possibly even praiseworthy, could not quite stomach the idea of sending him bullets and grenades for use on his own people.

The Rhodesian leader Ian Smith knew he was finished when South Africa pulled the plug on him, and while no one expects Mr Mbeki to do the same to Mr Mugabe, there is much that pressure groups in South Africa can do to squeeze the regime in Harare, which is more fragile than it seems to the country's desperate opposition. If Mr Mugabe is open to reason, he might realise it would be better to do a deal before Mr Zuma takes over as leader of his powerful southern neighbour.


What happens next?


HAND-WRINGING
For
Everyone except Thabo Mbeki agrees something must be done to get rid of the Mugabe regime, but there is no clear strategy yet as all approaches have been rejected. The international community needs to consult before taking a rash decision that could backfire.
Against
This crisis has been going on since Mugabe rigged the elections in 2000. How many more million Zimbabweans will be forced out of the country or beaten up by Mugabe's so-called war veterans before the international community takes a stand? Handwringing brings nothing but shame on countries which have stood by while other African dictators have ignored the will of their people.
How likely? 9/10

NEGOTIATIONS
For
Mugabe's henchmen need more gentle persuasion to ditch their leader in favour of a negotiated solution which would allow them to keep their corruptly obtained wealth. Southern African leaders need to make Mugabe and his allies aware that the game is up.
Against
Mugabe should not be allowed to get off scot free but should pay the penalty for his crimes against hispeople, preferably in court. There can be nocompromise with members of a regime who have been tainted by their association with Mugabe, who has deliberately isolated himself from the rest of the world.
How likely? 6/10

SANCTIONS
For
A travel ban in the European Union and United States and an assets freeze is already hurting Mugabe and 130 of his cronies, and tougher sanctions could be put in place. An EU arms embargo has also been in place since 2002. The existing sanctions could be tightened in order to be more effective, and should not have get-out clauses.
Against
Existing sanctions are a joke and have been waived at every opportunity, allowing Mugabe to thumb his nose at the international community. Broader economic sanctions would hurt the Zimbabwean people. And Mugabe has turned to China for weapons.
How likely? 4/10

INVASION
For
Even the Pope highlighted the UN principle of "responsibility to protect", providing for collective action against states which refuse to protect their citizens from human rights abuses. If UN Security Council authorisation cannot be obtained, a coalition of the willing should go in to save the Zimbabwean people from catastrophe.
Against
South Africa, with a seat on the UN Security Council, will ensure no UN action is ordered to unseat Mugabe by force. The Iraq invasion proved military action can produce unintended consequences.

How likely? 0/10

Fonte: http://www.independent.co.uk/news/world/africa/zimbabwes-church-leaders-warning-to-world-intervene-to-avert-genocide-814042.html

terça-feira, 22 de abril de 2008

The stuff of life

O filme a seguir foi produzido pela Anistia Internacional e retrata o waterboarding, "forma de interrogatório" adotada pelos EUA e que Bush defende nao ser tortura.


sábado, 19 de abril de 2008

An Yue Jiang - próximo destino: Angola??

Clique aqui.

Onde está An Yue Jiang, o navio chines carregado de armas para o Zimbábue???

Já que os Governos e a ONU se mostram mais uma vez lentos e ineficientes, só nos resta torcer que os trabalhadores portuários de Mocambique sejam tao conscientes quanto os da África do Sul, que se recusaram por 4 dias a descarregar o návio An Yue Jiang, até a Suprema Corte decidir ontem bloquear a carga.

An Yue Jiang, o navio chines que leva 77 toneladas de armas de pequeno e médio porte originárias de Pequim e destinadas ao Ministério da Defesa do Zimbábue deixou ontem Durban com provável destino de Mocambique. Como apontou a líder da oposicao sul-africana, Helen Zille, caso a carga chegue ao seu destino final o resultado poderá ser um genocídio. Como ela aponta, um carregamento de machetes precedeu os massacres de Ruanda. O que Mugabe fará com 3.5 milhoes de balas de AK-47 e milhares de morteiros, mísseis e granadas?

Se os lacos que unem Brasil e Mocambique sao mais que retórica, que sirvam eles para pressionar Maputo a nao permitir o desembarque das armas. Entretanto, enquanto a ONU e a UA continuarem mudas e passivas a vida de milhoes no Zimbábue dependem provavelmente apenas da forca dos estivadores mocambicanos.

Enquanto isso, enquanto soldados chineses sao vistos nas ruas de cidade no Zimbábue e 20 dias após as eleicoes, é finalmente iniciada a recontagem dos 23 distritos eleitorais, onde o governo apontou ter ocorrido fraudes. A recontagem dessas urnas, poderá mudar o resultado das eleicoes, pois Mugabe havia inicialmente perdido em 21 dos 23 distritos.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Feliz Páscoa!!!!




Feliz Páscoa com muito Ovo de Chocolate Fair Trade ou organico para todo mundo!

É isso, conciencia ou barbarie...

Mais

The only lesson we ever learn is that we never learn

Robert Fisk: The only lesson we ever learn is that we never learn
Wednesday, 19 March 2008

Five years on, and still we have not learnt. With each anniversary, the steps crumble beneath our feet, the stones ever more cracked, the sand ever finer. Five years of catastrophe in Iraq and I think of Churchill, who in the end called Palestine a "hell-disaster".

But we have used these parallels before and they have drifted away in the Tigris breeze. Iraq is swamped in blood. Yet what is the state of our remorse? Why, we will have a public inquiry – but not yet! If only inadequacy was our only sin.

Today, we are engaged in a fruitless debate. What went wrong? How did the people – the senatus populusque Romanus of our modern world – not rise up in rebellion when told the lies about weapons of mass destruction, about Saddam's links with Osama bin Laden and 11 September? How did we let it happen? And how come we didn't plan for the aftermath of war?
Oh, the British tried to get the Americans to listen, Downing Street now tells us. We really, honestly did try, before we absolutely and completely knew it was right to embark on this illegal war. There is now a vast literature on the Iraq debacle and there are precedents for post-war planning – of which more later – but this is not the point. Our predicament in Iraq is on an infinitely more terrible scale.

As the Americans came storming up Iraq in 2003, their cruise missiles hissing through the sandstorm towards a hundred Iraqi towns and cities, I would sit in my filthy room in the Baghdad Palestine Hotel, unable to sleep for the thunder of explosions, and root through the books I'd brought to fill the dark, dangerous hours. Tolstoy's War and Peace reminded me how conflict can be described with sensitivity and grace and horror – I recommend the Battle of Borodino – along with a file of newspaper clippings. In this little folder, there was a long rant by Pat Buchanan, written five months earlier; and still, today I feel its power and its prescience and its absolute historical honesty: "With our MacArthur Regency in Baghdad, Pax Americana will reach apogee. But then the tide recedes, for the one endeavour at which Islamic people excel is expelling imperial powers by terror or guerrilla war.

"They drove the Brits out of Palestine and Aden, the French out of Algeria, the Russians out of Afghanistan, the Americans out of Somalia and Beirut, the Israelis out of Lebanon. We have started up the road to empire and over the next hill we will meet those who went before. The only lesson we learn from history is that we do not learn from history."

How easily the little men took us into the inferno, with no knowledge or, at least, interest in history. None of them read of the 1920 Iraqi insurgency against British occupation, nor of Churchill's brusque and brutal settlement of Iraq the following year.

On our historical radars, not even Crassus appeared, the wealthiest Roman general of all, who demanded an emperorship after conquering Macedonia – "Mission Accomplished" – and vengefully set forth to destroy Mesopotamia. At a spot in the desert near the Euphrates river, the Parthians – ancestors of present day Iraqi insurgents – annihilated the legions, chopped off Crassus's head and sent it back to Rome filled with gold. Today, they would have videotaped his beheading.

To their monumental hubris, these little men who took us to war five years ago now prove that they have learnt nothing. Anthony Blair – as we should always have called this small town lawyer – should be facing trial for his mendacity. Instead, he now presumes to bring peace to an Arab-Israeli conflict which he has done so much to exacerbate. And now we have the man who changed his mind on the legality of war – and did so on a single sheet of A4 paper – daring to suggest that we should test immigrants for British citizenship. Question 1, I contend, should be: Which blood-soaked British attorney general helped to send 176 British soldiers to their deaths for a lie? Question 2: How did he get away with it?

But in a sense, the facile, dumbo nature of Lord Goldsmith's proposal is a clue to the whole transitory, cardboard structure of our decision-making. The great issues that face us – be they Iraq or Afghanistan, the US economy or global warming, planned invasions or "terrorism" – are discussed not according to serious political timetables but around television schedules and press conferences.

Will the first air raids on Iraq hit prime-time television in the States? Mercifully, yes. Will the first US troops in Baghdad appear on the breakfast shows? Of course. Will Saddam's capture be announced by Bush and Blair simultaneously?

But this is all part of the problem. True, Churchill and Roosevelt argued about the timing of the announcement that war in Europe had ended. And it was the Russians who pipped them to the post. But we told the truth. When the British were retreating to Dunkirk, Churchill announced that the Germans had "penetrated deeply and spread alarm and confusion in their tracks".
Why didn't Bush or Blair tell us this when the Iraqi insurgents began to assault the Western occupation forces? Well, they were too busy telling us that things were getting better, that the rebels were mere "dead-enders".

On 17 June 1940, Churchill told the people of Britain: "The news from France is very bad and I grieve for the gallant French people who have fallen into this terrible misfortune." Why didn't Blair or Bush tell us that the news from Iraq was very bad and that they grieved – even just a few tears for a minute or so – for the Iraqis?

For these were the men who had the temerity, the sheer, unadulterated gall, to dress themselves up as Churchill, heroes who would stage a rerun of the Second World War, the BBC dutifully calling the invaders "the Allies" – they did, by the way – and painting Saddam's regime as the Third Reich.

Of course, when I was at school, our leaders – Attlee, Churchill, Eden, Macmillan, or Truman, Eisenhower and Kennedy in the United States – had real experience of real war. Not a single Western leader today has any first-hand experience of conflict. When the Anglo-American invasion of Iraq began, the most prominent European opponent of the war was Jacques Chirac, who fought in the Algerian conflict. But he has now gone. So has Colin Powell, a Vietnam veteran but himself duped by Rumsfeld and the CIA.

Yet one of the terrible ironies of our times is that the most bloodthirsty of American statesmen – Bush and Cheney, Rumsfeld and Wolfovitz – have either never heard a shot fired in anger or have ensured they did not have to fight for their country when they had the chance to do so. No wonder Hollywood titles like "Shock and Awe" appeal to the White House. Movies are their only experience of human conflict; the same goes for Blair and Brown.

Churchill had to account for the loss of Singapore before a packed House. Brown won't even account for Iraq until the war is over.

It is a grotesque truism that today – after all the posturing of our political midgets five years ago – we might at last be permitted a valid seance with the ghosts of the Second World War. Statistics are the medium, and the room would have to be dark. But it is a fact that the total of US dead in Iraq (3,978) is well over the number of American casualties suffered in the initial D-Day landings at Normandy (3,384 killed and missing) on 6 June, 1944, or more than three times the total British casualties at Arnhem the same year (1,200).

They count for just over a third of the total fatalities (11,014) of the entire British Expeditionary Force from the German invasion of Belgium to the final evacuation at Dunkirk in June 1940. The number of British dead in Iraq – 176 – is almost equal to the total of UK forces lost at the Battle of the Bulge in 1944-45 (just over 200). The number of US wounded in Iraq – 29,395 – is more than nine times the number of Americans injured on 6 June (3,184) and more than a quarter of the tally for US wounded in the entire 1950-53 Korean war (103,284).

Iraqi casualties allow an even closer comparison to the Second World War. Even if we accept the lowest of fatality statistics for civilian dead – they range from 350,000 up to a million – these long ago dwarfed the number of British civilian dead in the flying-bomb blitz on London in 1944-45 (6,000) and now far outnumber the total figure for civilians killed in bombing raids across the United Kingdom – 60,595 dead, 86,182 seriously wounded – from 1940 to 1945.

Indeed, the Iraqi civilian death toll since our invasion is now greater than the total number of British military fatalities in the Second World War, which came to an astounding 265,000 dead (some histories give this figure as 300,000) and 277,000 wounded. Minimum estimates for Iraqi dead mean that the civilians of Mesopotamia have suffered six or seven Dresdens or – more terrible still – two Hiroshimas.

Yet in a sense, all this is a distraction from the awful truth in Buchanan's warning. We have dispatched our armies into the land of Islam. We have done so with the sole encouragement of Israel, whose own false intelligence over Iraq has been discreetly forgotten by our masters, while weeping crocodile tears for the hundreds of thousands of Iraqis who have died.

America's massive military prestige has been irreparably diminished. And if there are, as I now calculate, 22 times as many Western troops in the Muslim world as there were at the time of the 11th and 12th century Crusades, we must ask what we are doing. Are we there for oil? For democracy? For Israel? For fear of weapons of mass destruction? Or for fear of Islam?

We blithely connect Afghanistan to Iraq. If only Washington had not become distracted by Iraq, so the narrative now goes, the Taliban could not have re-established themselves. But al-Qa'ida and the nebulous Osama bin Laden were not distracted. Which is why they expanded their operations into Iraq and then used this experience to assault the West in Afghanistan with the hitherto – in Afghanistan – unheard of suicide bomber.

And I will hazard a terrible guess: that we have lost Afghanistan as surely as we have lost Iraq and as surely as we are going to "lose" Pakistan. It is our presence, our power, our arrogance, our refusal to learn from history and our terror – yes, our terror – of Islam that is leading us into the abyss. And until we learn to leave these Muslim peoples alone, our catastrophe in the Middle East will only become graver. There is no connection between Islam and "terror". But there is a connection between our occupation of Muslim lands and "terror". It's not too complicated an equation. And we don't need a public inquiry to get it right.

Fonte: http://www.independent.co.uk/news/fisk/robert-fisk-the-only-lesson-we-ever-learn-is-that-we-never-learn-797816.html

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sopa de entulho

Voce sempre sonhou em ir ao Hawai, mas nunca teve a chance? Nao se preocupe, pelo menos os sacos plásticos das compras que vc faz no supermercado foram e andam matando mais de 1 milhao de aves marinhas por ano, assim como mais de 100.000 mamíferos marinhos. Cientistas acabam de descobrir o que chamaram de "sopa de lixo", ou "sopa de plástico" no oceano pacífico.

Trata-se de duas manchas translúcidas de lixo, em constante movimento giratório devido aas correntes maritimas, com mais de 10 metros de profundidade e que juntas ocupam uma área que pode chegar a duas vezes o tamanho dos EUA continental (aquele sem as colonias).

Se vc tem tao pouco tempo para ler este post como eu tenho para escreve-lo pare agora mesmo e vá direto ao artigo de leitura obrigatória para todos:

The world's rubbish dump: a garbage tip that stretches from Hawaii to Japan
The Independent - 06/02/08

Desde que cheguei nos UK eu uso o mínimo, mesmo, de sacos pláticos e sempre levo mochila vazia e sacos antigos dentro dela ao supermercado - agora vou me policiar para nao usar nem mesmo esses esporádicos. Eu acordei para essa questao após ler algumas reportagens relatando a lenta morte de tartarugas marinhas, que cacam os sacos plásticos achando que sao aguas vivas, mas eu nao fazia idéia do número de animais que morrem anualmente - sem falar nos demais danos ao ecosistema.

Nao tem blablabla. Podemos tentar nos enganar e inventar mil desculpas, mas o uso de sacos plásticos em nosso dia-a-dia é absurdo, irresponsável e totalmente evitável - ainda mais no Brasil onde os sacos sao muitas vezes vagabundos (ou pelo menos assumimos que sao) e sempre sao usados em dobro.

É triste, mas eu realmente acredito que nao há outra solucao para o curto prazo que nao o uso do poder coercitivo para acabar com esse e outros absurdos. Infelizmente, a concientizacao (que é fundamental) só conseguirá gerar resultado a médio/longo prazo (sendo bastante utópico) e aí já será tarde demais. 3 vivas para o governo da China, que vai simplesmente proibir o uso de sacos plásticos em mercados - e lá nos sabemos como eles fazem a lei ser cumprida...

Se vc me disser que parou de comer/beber chocolate produzido com cacao fruto de trabalho escravo, parou de fumar maconha originária do tráfico, realmente pensa nas consequencias de suas acoes no meio ambiente e age para neutralizá-las eu talvez mude de idéia. Caso contrário, Viva o Leviatã e o novo contrato social de que precisamos.

Segue abaixo o gráfico no Independent retratando a gracinha que construímos:


Clique na imagem ou no link a seguir para ver o gráfico em tamanho descente: http://www.independent.co.uk/environment/the-worlds-rubbish-dump-a-garbage-tip-that-stretches-from-hawaii-to-japan-778016.html?action=Popup&gallery=no

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Sentenced to death: Afghan who dared to read about women's rights

By Kim SenguptaThursday, 31 January 2008

A young man, a student of journalism, is sentenced to death by an Islamic court for downloading a report from the internet. The sentence is then upheld by the country's rulers. This is Afghanistan – not in Taliban times but six years after "liberation" and under the democratic rule of the West's ally Hamid Karzai.

The fate of Sayed Pervez Kambaksh has led to domestic and international protests, and deepening concern about erosion of civil liberties in Afghanistan. He was accused of blasphemy after he downloaded a report from a Farsi website which stated that Muslim fundamentalists who claimed the Koran justified the oppression of women had misrepresented the views of the prophet Mohamed.

Mr Kambaksh, 23, distributed the tract to fellow students and teachers at Balkh University with the aim, he said, of provoking a debate on the matter. But a complaint was made against him and he was arrested, tried by religious judges without – say his friends and family – being allowed legal representation and sentenced to death.

The Independent is launching a campaign today to secure justice for Mr Kambaksh. The UN, human rights groups, journalists' organisations and Western diplomats have urged Mr Karzai's government to intervene and free him. But the Afghan Senate passed a motion yesterday confirming the death sentence.

The MP who proposed the ruling condemning Mr Kambaksh was Sibghatullah Mojaddedi, a key ally of Mr Karzai. The Senate also attacked the international community for putting pressure on the Afghan government and urged Mr Karzai not to be influenced by outside un-Islamic views.
The case of Mr Kambaksh, who also worked a s reporter for the Jahan-i-Naw (New World) newspaper, is seen in Afghanistan as yet another chapter in the escalation in the confrontation between Afghanistan and the West.

It comes in the wake of Mr Karzai accusing the British of actually worsening the situation in Helmand province by their actions and his subsequent blocking of the appointment of Lord Ashdown as the UN envoy and expelling a British and an Irish diplomat.

Demonstrations, organised by clerics, against the alleged foreign interference have been held in the northern city of Mazar-i-Sharif, where Mr Kambaksh was arrested. Aminuddin Muzafari, the first secretary of the houses of parliament, said: "People should realise that as we are representatives of an Islamic country therefore we can never tolerate insults to reverences of Islamic religion."

At a gathering in Takhar province, Maulavi Ghulam Rabbani Rahmani, the heads of the Ulema council, said: "We want the government and the courts to execute the court verdict on Kambaksh as soon as possible." In Parwan province, another senior cleric, Maulavi Muhammad Asif, said: "This decision is for disrespecting the holy Koran and the government should enforce the decision before it came under more pressure from foreigners."

UK officials say they are particularly concerned about such draconian action being taken against a journalist. The Foreign Office and Department for International Development has donated large sums to the training of media workers in the country. The Government funds the Institute for War and Peace Reporting (IWPR) in the Helmand capital, Lashkar Gar.

Mr Kambaksh's brother, Sayed Yaqub Ibrahimi, is also a journalist and has written articles for IWPR in which he accused senior public figures, including an MP, of atrocities, including murders. He said: "Of course we are all very worried about my brother. What has happened to him is very unjust. He has not committed blasphemy and he was not even allowed to have a legal defence. and what took place was a secret trial."

Qayoum Baabak, the editor of Jahan-i-Naw, said a senior prosecutor in Mazar-i-Sharif, Hafiz Khaliqyar, had warned journalists that they would be punished if they protested against the death sentence passed on Mr Kambaksh.

Jean MacKenzie, country director for IWPR, said: "We feel very strongly that this is designed to put pressure on Pervez's brother, Yaqub, who has done some of the hardest-hitting pieces outlining abuses by some very powerful commanders."

Rahimullah Samander, the president of the Afghan Independent Journalists' Association, said: "This is unfair, this is illegal. He just printed a copy of something and looked at it and read it. How can we believe in this 'democracy' if we can't even read, we can't even study? We are asking Mr Karzai to quash the death sentence before it is too late."

The circumstances surrounding the conviction of Mr Kambaksh are also being viewed as a further attempt to claw back the rights gained by women since the overthrow of the Taliban. The most prominent female MP, Malalai Joya, has been suspended after criticising her male colleagues.

Under the Afghan constitution, say legal experts, Mr Kambaksh has the right to appeal to the country's supreme court. Some senior clerics maintain, however, that since he has been convicted under religious laws, the supreme court should not bring secular interpretations to the case.

Mr Karzai has the right to intervene and pardon Mr Kambaksh. However, even if he is freed, it would be hard for the student to escape retribution in a country where fundamentalists and warlords are increasingly in the ascendancy.

How you can save Pervez

Sayed Pervez Kambaksh's imminent execution is an affront to civilised values. It is not, however, a foregone conclusion. If enough international pressure is brought to bear on President Karzai's government, his sentence may yet be overturned. Add your weight to the campaign by urging the Foreign Office to demand that his life be spared. Sign our e-petition at
www.independent.co.uk/petition

Fonte:
http://www.independent.co.uk/news/world/asia/sentenced-to-death-afghan-who-dared-to-read-about-womens-rights-775972.html

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Assassinaram a Democracia

Hoje acordei meio dicotômico, coisa que nao é estranha para um homem de raízes católicas romanas conservadoras nesta época de festas, principalmente logo depois do Natal. Bem é bem, mal é mal, enfim. Ou como os mineiros costumam dizer: é pao pao, queijo queijo. O caso é que o assassinato da candidata à premier do Paquistao, Benazir Bhutto, em mais um ataque terrorista (Al-Qaeda/Islamistas? ISA/Musharraf? Sharif?, onde está Sherlock Holmes quando mais se precisa dele?), me deixou triste. Triste pelo povo do Paquistao que queria a volta da democracia e triste porque logo nesta época do ano, de esperanca de uma vida num mundo melhor. Recomendo a leitura (cautelosa) do livro Confronto de Fundamentalismos – Cruzadas, Jihad e Modernidade do escritor-multifuncional editor da New Left Review, Tariq Ali. O livro é interessante principalmente na parte que o autor narra sua infância e adolescência em Lahore, Paquistao, descrevendo a (sempre) conturbada situacao política do país. Benazir, R.I.P.

Abracos,

Joao

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Corrupcao

Amigos segue um pensamento do José Murilo de Carvalho na revista "Veja" que li e gostaria de compartilhar com vocês e ler o comentários. Aproveito para desejar um Feliz Natal cheio de paz e um Ano de 2008 melhor. Abracos.

"Opinião pública não elege mais presidente. A reação contra a corrupção é algo muito específico da classe média, de gente que paga imposto e não vê nada sendo retribuído. Do ponto de vista de quem está recebendo o Bolsa Família, a questão da moralidade política vem em segundo lugar. Para quem vive em um mundo de necessidades, moralidade é luxo."

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Silencio

Amigos,
Esse "post" eh só para me desculpar pelo silencio da última semana. Estou sem internet em casa há alguns dias e devido aos horários do trabalho e ao fato que eu moro "no meio da nada" nao rola nem de escrever em cyber...
Acho q só vou poder voltar a escrever normalmente em duas semanas, qd tentarei matar a lista de post prometidos, além de comentar algumas novidades (o baile que levamos em Bali, o Fundo para Palestina e sei lá, acho q vou contar uma piada para tornar o Blog mais alegre).
Tb responderei os comentarios e e-mails.
Tenho mais 1 minuto antes q o computador da biblioteca pública (em frente ao trabalho) desligue sozinho. Entao por hj e só!
Feliz Natal e Ano Novo para todos!!!
Nao esquecam do Chuchu!!!!!
Bjos e Abracos
Bruno

domingo, 9 de dezembro de 2007

Ainda somos os mesmos e vivemos


Acho que toda crianca que teve a oportunidade de estudar sentiu, independente do caminho que tomou em seguida, indignacao e repulsa quando estudou no primário a questao da escravidao. Como puderam as pessoas daquela época sustentar tamanho horror só para poder ter um pote de acucar em sua mesa, por exemplo? E como podiam elas saboriar aquele acucar sabendo como ele era produzido?

É uma pena que ainda no primário nao seja ensinado a essas mesmas criancas que, como cantaria Elis, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos ancestrais escravocratas. Hoje, em pleno século 21, parte de cada barra de chocolate produzida pelas grandes empresas do setor é feita a partir do cacao produzido por criancas escravizadas.

40% da producao mundial de cacao, principal matéria prima utilizada na fabricao de chocolate, vem da Costa do Marfim. Conforme consta no site do Fundo International para o Direito do Trabalho (ILRF), segundo dados do Departamento de Estado dos EUA, 109.000 criancas trabalham na industria de cacao da Costa do Marfim sob "as piores formas de trabalho infantil" e 10.000 sao vítimas de tráfico infantil e escravidao.

Por "as piores formas de trabalho infantil", entenda-se longas e duras jornadas de trabalho, onde criancas as vezes menores de 11 anos carregam pesados sacos de cacao nas costas, utilizam machados e pesticidas (sem nenhuma protecao), ganham uma miséria por isso e nao estudam. As que sao escravizadas sao compradas ou sequestradas nos países vizinhos, sao constantemente espancadas, trabalham sem receber nenhum dinheiro, por uma quantidade insuficiente de comida e nao podem voltar para suas casas.

Esses números podem variar para mais conforme a fonte, mas o certo é que a grande maioria do cacao produzido na Costa do Marfim o é sob as condicoes descritas acima. As grandes empresas do setor compram o cacao em Mercados de Troca, onde nao há nenhuma distincao do cacao pela sua origem. Portanto, em média, praticamente 40% do cacao presente em cada barra de chocolate de empresas como Nestlé, Hershey, M&M Mars, Cadbury, Godiva, etc., é produzido nessas condicoes.

Nas palavras de Salia Kante, diretor do Save the Children Fund, em Mali:


"People who are drinking cocoa or coffee are drinking their blood. It is the blood of young children carrying 6kg of cocoa sacks so heavy that they have wounds all over their shoulders. It's really pitiful to see."


As grandes indústrias do setor admitiram o problema em 2001, quando prometeram para 2005 um sistema de certificacao que colocaria fim a essa exploracao e regularia o mercado no nível dos produtores, sob o que seria o Cocoa Protocol. Entretanto, a única coisa que aconteceu no setor em 2005 foi o lancamento do filme a Fantástica Fábrica de Chocolate, a promessa foi postergada para 2008...

Qual a solucao e o que voce pode fazer?

Agora que voce sabe como é fabricado o delicioso chocolate que voce adora saborear, imagino que voce queira saber o que voce pode fazer para mudar essa situacao.

Só há uma solucao para essa questao, que nao é deixar de comer chocolate, mas comprar apenas as marcas que tenham o selo Fair Trade. Ao comprar marcas certificadas pelo Fair Trade voce apoia a manutencao de fazendas de cacao que adotam um sistema produtivo justo e HUMANO, e pressiona as grandes indústrias a se adequarem a esses padroes, pois a única coisa que elas sentem é o bolso e nada melhor do que a perda de seus consumidores em respostas a suas práticas desumanas. A prova que a pressao funciona é que a Cargill, gigante no setor agro-alimentar, acabou de anunciar que vai implantar um sistema de certificacao para a compra de seu cacao.

Para saber mais sobre Fair Trade visite os links abaixo:
http://www.fairtrade.net/
http://www.globalexchange.org/


Tony's Chocolonely

O jornalista e chocólatra holandes Teun Van de Keuken descobriu esse problema em 2001. Depois de tentar em vao pressionar as grandes empresas do setor a adotar um selo anti-escravidao ele criou sua propria marca de chocolate, Tony's Chocolonely, lancou um documentário e tentou processar a si-próprio, baseado na lei holandesa de que quem compra conscientemente um produto que foi produzido de maneira ilegal também é responsável pelo ato.

Segue logo abaixo trailer de seu filme.

Há vasto material na internet sobre o assunto e o problema pode ser facilmente confirmado.

NAO SEJAMOS MAIS OS MESMOS.





Mali's children in chocolate slavery - BBC, 12 April, 2001
http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/africa/1272522.stm

Child cocoa workers still 'exploited' - BBC, 2 April 2007
http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/africa/6517695.stm

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Está tudo lá

Mais um rápido post furando a fila de todos os outros q eu já estou devendo...

Nao sei se foi noticiado no Brasil, mas há cerca de uma semana um cidadao foi a uma delegacia aqui na Inglaterra e informou que ele achava que era "uma pessoa desaparecida", mas que tinha amnesia e nao se lembrava de nada acontecido depois do ano 2000. Trata-se de um homen que foi dado por morto há cinco anos atrás, ao desaparecer quando praticava canoagem. Descobriu-se em seguida que tudo nao passou de um golpe, para que sua esposa embolsasse o seguro de vida e outras somas, antes de se mudar para o Panama. Acredita-se que ele tenha voltado para se vingar da esposa (que tem todo o dinheiro em seu nome) depois de uma separacao. Nao foi um ato muito inteligente, pois agora os dois devem ser presos, além de odiados pelos filhos. Isso é só um resumo do caso, largamente noticiado em todos os jornais ingleses.

O fato interessante é o seguinte: o golpe só comecou a ser desvendado após o surgimento de uma foto datada do ano passado mostrando o casal em sua nova casa no Panama. Embora a foto apareca diariamente em todos os jornais, até ontem eu ainda nao havia lido nenhuma mencao sobre sua origem. Pois bem, quem descobriu a foto, humiliando polícia e jornalistas, foi uma mulher anonima, que entrou no Google e pesquisou as palavras "John Anne Panama" e encontrou a foto no resultado da pesquisa de imagens, referindo-se ao site de uma empresa de mudancas para o Panama (podem fazer o teste). Pois é.

Woman found canoeist photo via Google (Guardian, de ontem)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O mar vai virar sertao, em breve

Cientistas americanos alertaram em relatório publicado hoje na revista Nature Geoscience que a expansao nos últimos 20 anos, tanto para o sul como para o norte, da faixa tropical do globo terrestre já ultrapassou o nível previsto para o final do século 21 pelo IPCC em seu "cenário extremo". Ou seja, já podemos esperar drásticas consequencias na regioes subtropicias nos próximos anos, notadamente no que se refere ao abastecimento de água e aa agricultura, assim como no sistema climático global - basta citar a quantidade adicional de vapor d' água que irá se juntar ao gazes que formam o efeito estufa.

A velocidade dessa expansao surpreendeu os cientistas, pois nao era prevista em nenhum dos modelos climáticos. Este novo dado soma-se ao derretimento das calotas polares, considerado hoje um sinal inequívoco das mudancas climáticas e cujos efeitos já foram há muito apontados.

Este relatório junta-se a diversos outros que saíram nos últimos 2 meses e que mostram que precisamos agir imediatamente ou nossa existencia simplesmente nao será cientificamente viável em pouco tempo (clique aqui para ler post anterior sobre o relatório do PNUMA). Alguns cientistas, como o Professor James Lovelock, já consideram que as mudancas climáticas sao irreversíveis e que além de agirmos para nao piorar ainda mais situacao, precisamos desde já nos prepararmos para o que vém pela frente.

Considerando a apatia geral para o assunto, faz sentido a visao de Lovelock de que o Katrina nao foi suficiente e que apenas uma grande tragédia climática nos EUA poderá nos tirar da inércia e fazer o mundo comecar a agir de maneira efetiva para encontrar e adotar novas formas de relacionamento com a natureza. Dessa forma, por mais maluco e mórbito que pareca, precisamos torcer para que essa tragédia aconteca o quanto antes e com ela a mudanca de paradigma.

Aconselho a leitura da matéria que saíu hoje no Independent sobre este novo relatório: Expanding tropics 'a threat to millions'.

E voce, tem feito sua parte? Sabe como agir e age de maneira ecologimente viável?



quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Brésil: Puissance pétrolière ou verte?

Para nao dizerem que nunca escrevo nada aí segue em primeira-mao um artigo que vai sair em um periódico francês. Agradeco pelos comentários e correcoes! Abracos!


Aprés les dècouvertes des imenses champs pétroliers tout près de Rio de Janeiro, le Brésil est prèsque d´entrer pour le groupe des plus grans pays exporteurs de pétrole. Cependant cette dècouverte peux faire échouer un des projects plus révolutionaires d´energie renouvable du monde.

Le Monde a boulversé avec la dècouverte de une grande rèserve dans le champs pétrolier de Tupi, que lance le Brésil dan la position de Top 10 exportateur de pétrole à partir 2010, d`accord les prèvision des membres de l´entreprise nationale pétrolière, Petrobras. Selon les executives de la companie, les reserves pétrolières du pays augmenteront 40 pour cent et le Brésil sera un exportateur de la matière comme la Nigéria ou la Venezuela. Le Brésil aura bien la possibilitè de participer à la Organisation de Pays Exportateurs de Pètrole (OPEP). Mais ça met en risque l´échec du projet d´etanol brèsilien, qui veux dèvelopper des sources alternatives d´énergie. Même après le “choc du pétrole” en 1973 peux de pays du monde on risqué de chercher façons d´être moin dépendants du pétrole comme l´avait fait le Brésil. Avec le programme “Pro-Alcool”, c´est-à-dire la transformation de la cane-de-sucre en combustible et ça commercialisation, le Brésil a porsuivi la position de pays leader en dèveloppement de sources alternatives d´énergie renouvable. Le succés du programme d´étanol brèsilien a éte reconnu par les pays européens et les États-Unis au même temps qu´était méprisé par les pays exportateurs de pétrole comme la Venezuela.

La découverte du pétrole au sol brèsilien ménace changer la politique exterieur brèsiliene. Même le President Luis Inácio “Lula” da Silva a déjà presenté l´interés brèsilien d´integrer l´OPEP, mais pour un pays qui a démontré une volonté pour changer le système international d´une façon plus juste, integrer l´OPEP sera un échec au tant que créer une “OPEP vert” ou “Organization des Pays Exportateus d´Énergie Renouvable” sera completement oublié.

Joao Marcelo Dalla Costa M.A.

Universitè de Tübingen

Alemagne

sábado, 24 de novembro de 2007

Brasil, Brasil

Hoje infelizmente nao vai dar para escrever direito, mas o programa que vi ontem aa noite na BBC merece um rápido comentário.

Quando eu e Pri chegamos ontem aa noite em casa a Kelly, dona da casa em q moramos, estava assistindo um programa que já estava pela metade. Paramos no mesmo lugar, sem tirar mochila nem sapato para assistir aa metade que faltava. Trata-se de um série da BBC (aqui passa da BBC Four) sobre música brasileira, chamada Brasil, Brasil. O que vimos ontem foi o primeiro de tres episódios, este um tratando da história da música brasileira, da origem do samba aa bossa nova. O programa é excelente e ilustra bem o processo histórico por trás do surgimento dos diferentes estilos musicais brasileiros.

Nao sei se foi a saudade que apertou ao ouvir a música e ver as imagens do Rio e do Brasil (eles nao deixaram de ir aa terra do baiao), mas acho q foi um dos melhores documentários que eu já vi sobre música brasileira. Hoje aa noite tem reprise! e nas próximas sexta os episódios 2 e 3. A programacao (válida para o RU) pode ser encontrada em http://www.bbc.co.uk/musictv/brasilbrasil/, juntamente com um resumo dos episódios e várias outras informacoes . Esteja vc onde estiver, se passar na BBC daí nao deixe de assistir.

Espero em breve poder escrever os vários post que estou devendo, entre eles:
- a triste relacao entre chocolate e escravidao nos dias de hoje,
- a origem da colecao do British Museum e outros comentários,
- as diferencas na percepcao e no tratamento da questao das mudancas climáticas no Brasil e na Inglaterra,
- alguns aspectos curiosos sobre a vida londrina.

Enquanto isso recomendo a leitura das seguintes matérias saídas nos últimos dias, sobre as quais eu tb pretendo falar (será q vou conseguir?) - a leitura delas deve valer mais a pena do q a leitura desse hipotéticos próximos posts (basta clicar em cima):
- Yet another calamity (Economist, 19/11) e The cruel sea (Economist, 22/11)
- UN official says Israel's siege of Gaza breeds extremism and human suffering (Independent, ontem) e Mr Palestine (Economist, 22/11),
- Somalia war-refugee crisis surpasses Darfur in its horror (Independent 22/11),
- Take over our rainforest (Independent, de hoje),
- The battle for ayurveda: India is racing to record the details of its traditional medicine (Independent de ontem) - nem só de acai e cupuacu vive o homen...

E por hoje é só.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Uma Tarde no Museu

Como diz o Mainardi, Londres é uma boa cidade para se vagabundiar. Um dos programas que eu adotei para preencher o tempo livre é visitar o British Museum. Com excessao das exposicoes temporárias, que sao geralmente pagas (no momento o destaque sao os guerreiros de terracota de Xi'an), o museu oferece uma viagem gratuita por uma monumental colecao que sempre me provoca diferentes emocoes.

No meio das imensas galerias do BM há uma exposicao temporária e gratuita que é no mínimo curiosa. Ela fica na sala 69a, cuja existencia lembra a do andar 7 1/2 do filme Quero Ser John Malkovich. Trata-se, no meio das monumentais galerias com 8 metros de pé direito sobre a Grécia e a Roma antigas, de uma salinha que é na verdade um hall de entrada para um laboratório de estudos de uso interno. A sala é meio claustrofóbica, pois o teto é baixo (cerca de uns 2-2.5 metros), as paredes sao de aco laminado e a área nao deve passar de uns 15 metros quadrados. Para minha surpresa essa é a sala onde está hospedada uma das exposicoes temporárias anunciadas no programa e que eu havia escolhido para ocupar meu sábado enquanto a Pri participava de um evento sobre moda e cultura nos tempos idos. A descricao prometia. Diz o programa:

Inhuman Traffic: The Business of The Slave Trade
Examining how the Transatlantic Slave Trade functioned over 500 years and featuring resistance leaders and their legacy.


Eu realmente estava curioso para saber o que o monumental museu ingles ia dizer sobre o tráfico de escravos e seu legado e fiquei bastante bem impressionado com o cartaz de entrada da exposicao, que é apresentado ao lado de uma belíssima escultura de rosto de uma mulher africana e que diz:


"Over ten million people were taken from Africa during the Slave Trade, which lasted for more than three hundred years. They were forced to travel thousands of miles across the Atlantic to work on plantationin the Americas.

The trade made some people and place extraordinary wealth, but at a terrible cost to others. This movement of people and money still has a profund impact on our world, two hundred years after the Slave Trade was abolished by the British Parliament in 1807."


Nao era pouca coisa. O cartaz de entrada contrastava de maneira importante com a cómoda e muitas vezes por aqui defendida versao de que a escravidao é uma coisa do passado, sem considerar o impacto da mesma em nossos dias e a responsabilidade de "some people and place". Na mesma hora me perguntei se um dia eu veria um cartaz semelhante em um lugar como esse falando da colonizacao em si ao invés da escravidao.

Tudo na exposicao é interessante, da apresentacao de alguns dos "Doze Homens Negros", os "Filhos da Africa", que lideraram a campanha abolicionista inglesa, ao moderno "Tony's Chocolonely", que denuncia o uso de escravos, hoje, na producao do cacao usado na fabricacao do chocolate que eu como. Fiquei bastante tempo nessa sala, que lembra uma geladeira moderna ou uma morgue, e pude concluir que o tamanho e a localizacao da exposicao apenas reflete o interesse do publico ingles para o assunto. Saí da sala um pouco atonito e continuei observando a magnifica colecao sobre a Mesopotania.

OBSERVACAO: eu acabei esse post um pouco abruptamente e deixei de falar algumas coisas que eu tinha em mente sobre a origem da colecao do BM, pois ao escrever o parágrafo acima eu resolvi ir pesquisar o Tony's Chocolonely. Estou chocado. Vou continuar a pesquisa e escrever sobre o assunto em próximo post.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Paquistao

Acabo de voltar de um painel sobre a situacao no Paquistao e o Estado de Excecao instituido pelo General Pervez Musharraf, q vem a ser o Presidente do país. O painel contou com a presenca de Hina Jilani, ativista paquistanesa pelos direitos humanos e representante especial do SG da ONU para os Defensores dos Direitos Humanos, e Aamir Ghauri, jornalista paquistanes, além de muitos paquistaneses na plateia. O painel foi mt bom, claro, mas bastante desolador.

Para comecar basta dizer que Hina Jilani está em Londres em "transito", no trajeto entre Washington, onde foi falar na ONU sobre a situacao, e sua casa no Paquistao, onde será presa quando chegar (já está com a prisao domiciliar decretada). Ela aproveitou o "transito" para tentar mobilizar o pessoal daqui sobre a situacao de lá.

Eu nao sei bem o que escrever, pois muita coisa interessante e importante foi dita e a situacao me deixou bastante deprimido e cansado. É realmente impressionante como a comunidade internacional pode conviver perfeitamente bem com um ditador quando assim lhe convém. E é triste se dar conta que o Paquistao é mais um Estado que ainda "nao aconteceu". Quando observamos o processo histórico que levou aa situacao em q o país está hoje (depois de sua criacao o país passou por praticamente 6 décadas de "ditaduras" legitimadas pelo poder judiciário - essa foi a primeira vez q a corte, pelo o q parece, se recusou a legitimar um golpe, sendo assim afastada), vemos q a solucao nao virá a curto prazo e que tudo o que se pode fazer é tentar apressar esse processo, mas as mudancas serao muito dificeis.

A questao imediata é a reversao dos últimos acontecimentos, ou seja, dos efeitos da Lei Marcial em vigor. De nada adianta se preocupar com a data das eleicoes legislativas enquanto a constituicao estiver suspensa, os juizes suspensos e presos (os novos juizes nomeados para aprovar os decretos e o golpe do general nao valem), assim como os manifestantes (dos advogados aos manifestantes pró-Benazir Bhutto) e enquanto a midia estiver bloqueada ou censurada (nenhuma das imagens que vemos nos jornais está sendo veiculada no Paquistao). É simplesmente ridículo ouvir q os milhares de pessoas que foram presas foram-no sob a lei anti-terrorismo, assim como o estado de excecao em si foi decretado. É igualmente ridículo ouvir o Bush falar que conversou seriamente com o general e que ele espera "eleições o mais rápido possível, e que o presidente tire logo seu uniforme militar", assim como a "restauração imediata da democracia". E é infinitamente mais ridículo ouvir o "Presidente" Musharraf dizer abertamente e a comunidade internacional aceitar, que ele suspenderá o Estado de Excecao assim que a a nova Suprema Corte aprovar a legitimidade da sua eleicao presidencial - essa nova Suprema Corte foi insituida semana passada em substituicao aos entao Juizes que ao q tudo indica nao iam aprovar a eleicao de 6 de outubro de 2007, que concedeu mais 5 anos a Musharraf.

Se Musharraf tirar o uniforme ele fica pelado. O que ele precisa é sair e isso é exatamente o que ele tenta protelar (afinal de contas ano que vem os EUA já estarao focados nas suas próprias eleicoes e nao terao mais tempo para se preocupar com o Paquistao, nem com a legitimidade da Suprema Corte e suas decisoes, nem com as eleicoes legislativas...). Nao há democracia a ser restaurada, há democracia a ser implantada, ou melhor, construída.

Tb por isso foi triste ouvir os relatos dos paquistaneses que estavam presentes, que consideram que a unica diferenca entre Musharraf e a Benazir Bhutto é que com a Bhutto quem batia e prendia os oponentes era a polícia e nao o exército. Se o processo de "desinstitucionalizacao" for bloqueado e revertido, voltando a valer a constituicao e sendo instaurado o """"estado democrático de direito"""" (mais aspas?), ainda assim faltará um bom percurso para o Paquistao conseguir mudar de fato o quadro político atual. Entretanto, o único início possível para esse processo é a instituicao de um processo político.

A situacao ainda é pior quando lembramos que este governo, que de estável nada tem e nada terá nos próximos anos, tem em suas maos uma bomba atomica, cujo desenvolvimento lhe foi cinicamente consentido. Diferentemente de outros ditadores que os EUA bancam e bancaram, Musharraf nao é popular em seu país e nao tem praticamente nenhum apoio, a nao ser o do própio exército, que é a maior forca economica do país e cujo poder ele controla de maneira centralizada.

Amanha aas 14:00 tem um protesto em frente ao numero 10 da Downing Street para pedir que o RU tb pressione o presidente do Paquistao (direta e indiretamente) a reestabelecer o processo institucional.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Assim na terra como no céu (II)

Este é o segundo de uma série de posts sobre degradaçao ambiental, mudanças climáticas e perda da biodiversidade. Para ver todos clique aqui.

-------

Os verdadeiros Tigres Asiáticos

A menos que "aconteça" um milagre, os Tigres estarao extintos em 18 anos. Embora eles já tenham sido cerca de 100.000 em 1900, eles eram apenas cerca de 6000 em 2000 e podem estar globalmente extintos em 2025. Se voce acha que voce nao tem tempo para se preocupar com esse tipo de coisa e, além do mais, essa é mais uma daquelas "típicas previsoes alarmistas e pessimistas de um bando de cientistas e pseudo-cientistas que nao tem mais o que fazer" leia esse post até o final e veja porque voce está tripla e redondamente enganado.

A conclusao de um censo realizado por uma instituicao ligada ao governo da Índia e que será oficialmente apresentado ao Primeiro Ministro amanha é que a populacao de Tigres do país, habitat de 80% da populacao mundial, está hoje entre 1300 e 1500 animais. Há sete anos atrás eles eram cerca de 5000. Ou seja, há cada dois dias tres animais morrem. A razao para tal situacao é a constante degradacao de seu habitat e a extensiva caça, que tem por objetivo a venda de sua pele e de seus orgaos genitais, ou seja, suprir fetiches e crenças idiotas e irresponsáveis. Segundo um dos especialistas envolvidos, "uma populacao desse tamanho nao é cientificamente viável, (...) mas no mundo real voce tem que tentar tudo o que puder." Muitos consideram ser necessário um "milagre" para salvar os Tigres da extincao. O "milagre" da conscientizacao já ajudaria bastante.

Essa notícia junta-se aa da semana passada, sobre as 25 novas espécies de primatas consideradas em via de extincao. Considerando-se as conclusoes do relatório do PNUMA, também da semana passada (veja o post anterior), podemos concluir que nossos filhos e netos (e muitos de nós também) habitarao um planeta onde apenas existirao vacas, galinhas, mais umas poucas espécies de animais cultivados para alimentacao, além de, imagino eu, gatos, cachorros, muitos ratos e nós, os bestas-fera. Ou seja, voce tem muito o que se preocupar com isso sim.

Para aqueles que acreditam que, de qualquer forma, essa é "mais uma previsao alarmista e pessimista" importa destacar os seguintes pontos:
  • Esse censo foi realizado através da aplicacao de uma metodologia científica considerada robusta e acurada;
  • Os resultados mostram que a diminuicao da populacao de Tigres foi duas vezes maior daquela prevista em 1990. Ou seja, a previsao anterior nao era "pessimista e alarmista", mas otimista demais;
  • Em relacao aas previsoes sobre mudancas climáticas, consideradas por muitos igualmente "pessimistas e alarmistas", importa lembrar que, como aponta o professor James Lovelock, as medicoes relatadas pelo IPCC mostram que o aumento da temperatura global, assim como o do nível do mar, entre 1990 e 2005 foi o dobro do previsto em 1990. Ou seja, assim como no caso da diminuicao da populacao de Tigres, essas previsoes do IPCC de 1990 também nao eram "pessimistas e alarmistas", mas otimistas. Da mesma forma, diversos cientistas consideram que as novas previsoes sao iguamente otimistas e nao retratam o verdadeiro cenário.

Estamos destruindo todos os recursos que precisamos para sobreviver, assim na terra, como no mar, como no céu. Ou agimos agora ou nossos filhos e netos serao obrigados a "se calar para sempre".

Recomendo MUITO a leitura da reportagem que saiu hoje no The Independent sobre o assunto e de onde eu tirei as citacoes e os números: The face of a doomed species.

Eu pretendia relatar hoje a palestra de segunda de James Lovelock, cujos modelos e pesquisas concluem que o último relatório do IPCC (que dividiu o Premio Nobel da Paz com Al Gore) é mais uma vez otimista, o cenário sendo ainda pior e imediato, e que precisamos AGIR DE MANEIRA EFETIVA E IMEDIATA para reduzir o impacto do que está por vir. Entretanto, depois do choque da notícia de hoje preferi reportá-la e, dessa forma, terei de deixar os comentários sobre a palestra de J.L. para amanha (ja sao 01:30 e ninguem le esses posts mesmo). De qualquer forma, a mensagem dele é uma só e foi passada logo ACIMA.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Assim na terra como no céu (I)

O mais importante fato ocorrido e reportado na mídia semana passada foi a apresentacao do novo relatório do PNUMA, elaborado por cerca de 400 cientistas ao redor do globo e revisado por outros 1000.

Nas palavras de Achim Steiner, diretor executivo do organismo:

"There have been enough wake-up calls. I sincerely hope this is the final one. The systematic destruction of the Earth's natural and nature-based resources has reached a point where the economic viability of economies is being challenged – and the bill we hand on to our children may prove impossible to pay."

A mensagem do relatótio é muito clara: ou mudamos agora a maneira em que a sociedade mundial se organiza ou decretamos de vez a prematura morte de nossos netos. Nao há mais como continuarmos com um sistema que se baseia na superproducao e consumo de lixo. Precisaríamos de TRES PLANETAS TERRA, para sustentar nosso "padrao ideal" de consumo. A tao clamada liberdade de escolha mostra-se uma grande falácia, pois daqui muito pouco tempo só podemos escolher nossa alimentacao entre os 14 tipos animais que hoje representam 90% da producao de carne consumida e dos 30 generos que dominam a agricultutra que juntos representam 90% do consumo mundial de calorias. Todo o resto vai rapidamente desaparecer, comecando pelos novos 25 primatas que estao em via de extincao, como mostra outro relatório apresentado no mesmo dia!

Estamos acabando com tudo em nossa volta da maneira mais idota possível. Discursos vazios e falsas ilusoes marcam a agenda internacional. Isso nao é de maneira alguma uma surpresa, pois a lógica que gere o mundo é sempre apenas uma. Nao existe uma lógica para "as coisas importantes", entre os Estados, e outra que se aplica ao nosso dia-a-dia. As relacoes internacionais reproduzem a lógica da interacao diária entre pessoas comuns e vice-versa. Nao há como querer que exista fair-trade e um relacionamento comercial justo entre os países enquanto nós acharmos normal pechinchar "por esporte" em nossas viagens pela bolívia para comprar um casaco de la de alpaca por 4-5 reais, mesmo se achamos q o trabalho vale muito mais. Nao há como querer que os Estados combatam o trafico internacional de drogas enquanto nós compramos nossa trouxina na boca de fumo ao lado. Da mesma forma, nao há como querer que as mudancas climáticas sejam combatidas enquanto continuamos agindo de maneira irresponsável. Trata-se, antes de mais nada, de uma questao de consciencia e responsabilidade, tanto nossa quanto dos políticos, seja na gestao de nossas residencias, seja de nossos negócios (sua empresa escolhe fornecedores ecologicamente responsáveis e age dessa mesma forma?).

Como muito bem diz o Mainardi, "todos os políticos sao vagabundos". Sendo assim, é nossa obrigacao, por um lado, cobrar medidas, políticas e acoes efetivas para combater nossa agrecao ao meio ambiente e, por outro lado, agir SEMPRE de maneira ecológicamente responsável e CONSCIENTE.

Pelo o que esses 1400 cientistas concluem, em pouco tempo teremos acabado, assim na terra como no céu, com os recursos naturais que precisamos para sobreviver e aí sim estaremos - nossos filhos e netos a bem dizer - em um belo vale da morte.

O professor James Lovelock, que criou há decadas atrás a Teoria do Sistema Terra, ou Sistema Gaia , considera que o último relatório do IPCC é otimista e subestima as consequencias das mudancas climáticas. Ele dará uma palestra hoje aa noite sobre o assunto e eu espero conseguir entrar e relatar amanha. Aliás, como vcs podem per percebido pelo título, esse é o primeiro de uma série de post sobre o assunto.

Aconselho MUITO a leitura das reportagens abaixo sobre o relatório:

Press Release - Planet's Tougher Problems Persist, UN Report Warns:
http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?DocumentID=519&ArticleID=5688&l=en

Not an environment scare story:
http://environment.independent.co.uk/climate_change/article3098852.ece

The scale of the challenge is huge. We’ve got to act now:
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/uk/science/article2741666.ece?EMC-Bltn

Environmental failures 'put humanity at risk':
http://www.guardian.co.uk/environment/2007/oct/26/climatechange

O relatório pode ser baixado em: http://www.unep.org/geo/geo4/media/

domingo, 28 de outubro de 2007

Russia-UE

Logo antes da conferencia Russia-UE, realizada nesse final de semana, Mark Mardell, editor da BBC para a europa visitou Letonia, Lituania e Polonia para endenter a relacao desses países com a Russia. Recomendo a leitura desses tres relatos em seu blog.

Parte 1: Big neighbour
http://www.bbc.co.uk/blogs/thereporters/markmardell/2007/10/big_neighbour_1.html

Parte 2: Poland sees a threat
http://www.bbc.co.uk/blogs/thereporters/markmardell/2007/10/poland_sees_a_threat.html
Parte 3: Friendship failure
http://www.bbc.co.uk/blogs/thereporters/markmardell/2007/10/friendship_failure_1.html

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A previsível combustao de um barril de pólvora

observacoes:
1 - peco desculpas pelos problemas de pontuacao que se devem aa configuracao dos teclados ingleses.
2 - este nao é nenhum artigo academico, trata-se apenas uma reflexao durante minha insonia sobre o que eu tenho lido essa semana nos jornais (Times e BBC).
---

Com o novo ataque do PKK ao território turco na fronteira com o Iraque, parece ter chegado ao fim a chamada "estabilidade" do território semi-autonomo curdo, no norte do Iraque.

O ataque de ontem se inseriu na escalada da tensao que p^ode ser acompanhada nos últimos 10 dias através dos jornais. Em resumo:
- dia 11/10: A Turquia convoca seu embaixador em Washington devido aa proposta do parlamento americano de rotular de genocídio o massacre de 1.5 milhoes de armenios em 1915 pelo Império Otomano. A Turquia ameaca abertamente realizar acoes no norte do iraque para deter o PKK, o que desestabilizaria a regiao, assim como rever seu relacionamento com os EUA e o uso de suas bases para realizar a logística da guerra no Iraque (70% de todo material usado no Iraque passa pela Turquia). - http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/asia/article2636523.ece
- dia 17/10: o parlamento turco aprova com esmagadora maioria mocao autorizando o governo a realizar operacoes militares além da fronteira iraquiana visando eliminar o PKK. - http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/iraq/article2681579.ece
- dia 21/10: o PKK ataca um comboio turco na fronteira iraquiana. A Turquia promete retaliar "a qualquer preco".

A situacao hoje é complexa, mesmo se até aqui "previsível". Plagiando Nye, podemos dizer que estamos assistindo a um jogo de xadrez jogado em tres tabuleiros superpostos:
Em um primeiro nível vemos a confrontacao "política e cultural" de diferentes interesses, como os lobbys armenio e turco nos EUA e na UE, mas onde também estao(estavam) jogando os dois principais partidos americanos. Nesse tabuleiro também se inserem, principalmente aliás, as contradicoes internas da Turquia e a grande pressao interna para a manutencao do status quo, seja em relacao aa negacao do massacre de 1915, seja em relacao aa real insercao da minoria curda, exigida pela UE.
Em um segundo nível temos a questao militar propriamente dita, onde vemos uma Turquia que já realizou anteriormente 24 operacoes, em vao, além da fronteira iraquiana para tentar deter o PKK e que pede continuamente ajuda aos EUA para resolver essa situacao. A exigencia turca de que o próprio Iraque e o território semi-autónomo curdo acabem com o PKK nao é factível, pois ambos carecem de forca para tal. Dessa forma, a Turquia passa a pressionar os EUA e UK para que se abra um novo front, novamente nas montanhas e dessa vez na única regiao relativamente estável do Iraque, para impedir os ataques do PKK aa Turquia. Para tal, a Turquia usa sua grande moeda de troca, que é a continuidade da utilizacao de sua infraestrutura pelos EUA.
No terceiro nível vemos, de um lado, o nervosismo do mercado financeiro com o possível aumento do barril de petróleo devido a retomada da guerra no norte do Iraque e, de outro lado, os "incalculáveis" custos que seriam gerados por um rompimento com a Turquia.

Em resumo: a situacao é tensa e, aparentemente, vai custar muitas vidas de ambos os lados. Alguns analistas ingleses se apressaram em dizer que uma invasao seria um desastre e que a solucao seria diplomática, pressionando as autoridades do território semi-autonomo curdo para reprimir os ataques. Infelizmente, esse nao parece ser o fim mais provável da questao (basta ler a entrevista com o primeiro ministro turco - http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/europe/article2707933.ece) e, novamente, muitas vidas estao em jogo.

Essa situacao traz novamente aa tona as contradicoes internas turcas e regionais que precisam ser discutidas e superadas para garantir a possibilidade de paz e estabilidade, notadamente a questao do genocidio de 1915 (ou existiu ou nao existiu, nao é uma questao filosófica) e a questao curda, esta última envolvendo seus países vizinhos. Em ambas as situacoes a atuacao e intermediacao da ONU e, talvez principalmente, das potencias aliadas aa Turquia parecem ser fundamentais.

Para entender a situacao e a regiao vale lembrar uma citacao que consta em um excelente artigo que saiu no L'Express lá no comeco da invasao ao Iraque: «L'Irak? Une folie de Churchill, qui prétendait réunir deux puits de pétrole que tout séparait - Kirkouk et Mossoul - en soudant trois peuples que tout éloigne, les Kurdes, les sunnites et les chiites.» http://www.lexpress.fr/info/monde/dossier/irak/dossier.asp?ida=380017&p=5
-----
Aos demais autores do blog: como está sendo vista e analisada a situacao nos EUA, Alemanda e Brasil?
A todos: assistam ao filme Ararat http://en.wikipedia.org/wiki/Ararat_(film)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Teste

Acho que consegui entrar.